Protestos pacíficos versus policia violenta -2

Vá para uma manifestação. Não leve coquetéis molotovs, não faça barricadas. Deixe a tropa de choque vir para cima de vc, com motos, com blasers, com tudo. Seja pacífico: não reaja, não se defenda. Tome as ruas aos domingos depois do almoço, com camisetas brancas ou pretas dependendo da temática. Peça a paz ou a justiça. Seja contra a corrupção como se essas coisas tivessem vida própria e não fossem acionadas por pessoas e grupos de pessoas com poder nas mãos. Faça seu protesto pácífico genérico. Não de nomes aos bois. Não visualize uma causa, uma inimigo, um algoz. Não politize. Separe tudo em “do bem” e “do mal”. Leve sua faixa pedindo paz e justiça sabe-se lá para quem. Faça o seu protesto “pacífico”. 

MANIFESTO DE JURISTAS CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS SOCIAIS

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É com imensa perplexidade que se divisa o recrudescimento da repressão e das tentativas de criminalização das lutas sociais pelos poderes instituídos.

Desde junho do ano passado, quando as grandes manifestações se multiplicaram a partir da luta contra o aumento da tarifa, observa-se que, longe de responder às reivindicações com propostas de concretização de direitos sociais, os agentes do Poder Público têm respondido com violência e tentativas abusivas de criminalização de ativistas.

Especificamente em São Paulo, lugar em que primeiro sopraram os bem-vindos ares de junho, causa extrema indignação o aparato que se organizou desde a instauração do famigerado inquérito policial 1 de 2013 no DEIC.

Como já foi amplamente divulgado[1], são várias as ilegalidades percebidas nesse inquérito:

1) orientado por um explícito e inconstitucional direito penal do autor, ele é conduzido a partir de um rol de perguntas sobre a vida política das pessoas intimadas e chegou-se ao absurdo de proceder à busca e apreensão de livros na casa de alguns “investigados”;

2) na portaria de instauração, está expresso o objetivo ilegal de investigar “indivíduos (que) atuam de forma organizada com o objetivo de questionar o sistema vigente”, sem a indicação de qualquer fato específico que constitua crime;

3) a ampla maioria das pessoas intimadas para “prestar esclarecimentos” foipresa ilegalmente, sem flagrante ou qualquer acusação formal de prática de crime;

4) há infiltração de agentes em manifestações, determinada a partir do inquérito e sem autorização judicial.

Nos últimos dias, assistiu-se a duas prisões claramente forjadas[2], de Fábio e de Rafael, estranhamente realizadas por policiais do DEIC, e à ameaça do Secretário de Segurança de SP de conduzir à força 22 militantes do Movimento Passe Livre ao DEIC para “prestar esclarecimentos”, apesar de eles, em todas as oportunidades em que foram intimados, já terem justificado a ausência com base no exercício do direito fundamental de ficar em silêncio.

Tais arbitrariedades estão sendo perpetradas a partir desse mesmo inquérito 1 de 2013 do DEIC, já permeado de todas as ilegalidades acima enumeradas.

Basta a mínima observância dos postulados do Estado Democrático de Direito para se posicionar pelo repúdio ao referido inquérito e a todas as arbitrariedades, ameaças e violências que vêm sendo praticadas contra a liberdade de manifestação.

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Os direitos e garantias fundamentais inscritos na Constituição de 88foram conquistados após muita luta e resistência contra a Ditadura que arrasou o país entre 1964 e 1985. Não é possível tolerar a naturalização de práticas ilegais de repressão e criminalização de ativistas, em claro vilipêndio ao direito constitucional de se reunir e de se manifestar.

Por essas razões, posicionamo-nos pela cessação da escalada de criminalização das manifestações, com a imediata liberdade de Fábio e Rafael, o acatamento ao direito ao silêncio e, portanto, o afastamento de medidas coercitivas, e o arquivamento do inquérito policial 1 de 2013, tudo em estrita observância dos fundamentos da República e dos  direitos e garantias fundamentais inscritos nos artigos 1º e 5º da Constituição.

ASSINAM:

(Para novas adesões, escrever para: manifestodejuristas@gmail.com)

Fábio Konder Comparato, Professor Emérito da Faculdade de Direito da USP

Nilo Batista, Ex-professor titular de direito penal da UERJ e UFRJ

Juarez Cirino dos Santos, Professor Doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Jorge Luiz Souto Maior, professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP

Marcus Orione, Professor da Faculdade de direito da USP

Sérgio Salomão Shecaira, professor titular da Faculdade de Direito da USP

Ari Marcelo Solon, Professor Associado da Faculdade de Direito da USP

Alysson Leandro Mascaro. Professor da Faculdade de Direito da USP.

Mariângela Gama de Magalhães Gomes, Professora da USP e Presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM)

Cristiano Maronna, advogado e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM

Fábio Tofic Simantob, advogado criminalista

Silvio Luiz de Almeida, advogado, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e presidente do Instituto Luiz Gama

Luís Carlos Valois, Juiz de Direito e mestre pela Faculdade de Direito da USP

Mauricio Stegemann Dieter, Professor da Faculdade de Direito da USP.

João Batista Damasceno, doutor em Ciência Política (PPGCP/UFF) e juiz de direito (TJ/RJ). Membro da Associação Juízes para a Democracia/AJD.

Paulo Teixeira, deputado federal, advogado e mestre em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP)

Roberto Amaral, Escritor e professor universitário, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros.

Fernando Castelo Branco, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal do Ceará

Emilio Astuto Rocha Gomes, advogado e professor da Universidade de Munique –Alemanha

Pedro Estevam Serrano , professor de direito constitucional da PUC/ SP

Luciana Boiteux, Professora Adjunta de Direito Penal da UFRJ

Humberto Barrionuevo Fabretti, Professor de Direito Penal, Criminologia e Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Ana Gabriela Mendes Braga, professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Unesp- Franca

Bruna Angotti, Membra do Coletivo de Advogados em Direitos Humanos – CADHU, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Ricardo Lodi Ribeiro, Professor Adjunto do Departamento de Direito do Estado da Uerj, Coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da UERJ

Sara da Nova Quadros Côrtes, Professora da Faculdade de Direito da UFBA e Advogada.

Marta Machado, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre o Crime e a Pena da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, professora na mesma instituição e pesquisadora do Cebrap

Breno Melaragno Costa, advogado, professor de Direito Penal da PUC-Rio e presidente da comissão de segurança pública da OAB/RJ.

Alex F. Magalhães, Professor adjunto IPPUR/ UFRJ

Mariana Trotta, professora da Faculdade de Direito da UFRJ e PUC-RJ, advogada do Centro de Assessoria Popular Mariana Criola.

Adriana Nogueira Vieira Lima, Professora de Direito Urbanístico da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA

Carlos Frederico Marés de Souza Filho, Professor Titular da PUCPR, Doutor em Direito, Procurador do Estado do Paraná

Fabio de Sá e Silva, PhD em Direito, Política e Sociedade (Northeastern University) e Professor Substituto da Faculdade de Direito da UnB

Virgílio de Mattos, professor de Direito da Universidade Estácio de Sá e do Centro de Ensino Superior de São Gotardo

Ana Luiza Saramago Stern, professora de Direito Constitucional da PUC-Rio

Maria Ciavatta, Professora do PPG-Edu da UFF

Francine Damasceno Pinheiro, advogada popular do CDDH de Petrópolis/RJ e professora universitária.

Sérgio Muylaert, Advogado em Brasília, Membro efetivo do IAB, ex-vice presidente da Comissão de Anistia (2004-2008), Presidente da Associação Americana de Juristas – DF(linha fundadora).

Aton Fon Filho, advogado e diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos

Nadine Borges, presidenta da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

Daniela Félix, Advogada, Professora IES, FASC e CESUSC, Mestre em Direito PPGD/UFSC, Membro da RENAP e do Coletivo Catarina de Advocacia Popular

Ricardo Prestes Pazello, professor da Faculdade de Direito da UFPR e secretário-geral do IPDMS.

Vinícius Pinheiro, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Membro do Conselho Editorial da Revista Crítica do Direito e advogado

Adriano Pilatti, Professor de Direito Constitucional da PUC-Rio

Alexandre F. Mendes, Professor de Direito da UERJ

Vitor Burgo, doutor em direito pela USP, professor da Faculdade de Direito de Vitoria (FDV).

Noel Struchiner, professor da PUC-RJ

Claudio Carvalho, Advogado, Professor de Direito Ambiental, Urbano e Agrário, Coordenador do Grupo de Pesquisa em Direito Ambiental,Urbano, Agrário e Movimentos Sociais, Integrante do Núcleo de Assessoria Jurídica Alternativa – NAJA, UESB – Vitória da Conquista/Bahia

Márcio Pereira, Professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará

Carla Appollinario de Castro, Professora Adjunta do Curso de Direito da Universidade Federal Fluminense de Volta Redonda

João Ricardo W. Dornelles, Professor PUC-Rio, Coordenador-Geral do Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio, Advogado

Fábio Leite, Professor de Direito Constitucional da PUC-Rio

Beatriz Roland, professora do Depto de Direito da PUC-Rio

Vanessa Oliveira Batista Berner, professora associada da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ

Leonardo Felipe de Oliveira Ribas, Advogado, Professor do Instituto de Direito da PUC-Rio e do Curso de Direito da Uniabeu.

Francisco de Guimaraens, Professor de Direito Constitucional, PUC-Rio

Regina Quaresma, Ex-Professora Adj. de Direito constitucional da Puc-Rio e Candido Mendes-Centro-Rio

Regina Soares, Professora da PUC-Rio.

Márcio de Souza Bernardes, Advogado, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RS/Subseção de Santa Maria – RS, Professor de Direito no Centro Universitário Fransicano (UNIFRA), Doutorando em direito junto à UFSC.

Fabia Bevilaqua, Advogada; Professora Universitária, Membro das Comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública, todas da OAB/RJ; Membro do Coletivo Habeas Corpus – RJ

João Urias, advogado sindicalista, mestre pela Faculdade de Direito da USP, professor da UNITAU

Eder Fernandes, Professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense

Élder Ximenes Filho, Promotor de Justiça de Entrância Especial, Titular da 9a. PJ de Caucaia/CE, Mestre em Direito Constitucional pela UNIFOR, Ex-Advogado da União

Silvio Guido Fioravanti Jardim, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul, Diretor Executivo da Comissão de Direitos Humanos da PGE/RS

Carlos Henrique Gondim, Procurador Federal

Gustavo Seferian Scheffer Machado, Mestre e doutorando em Direito do Trabalho pela FDUSP, professor da FICS.

Patrick Lemos Cacicedo, Defensor Público, Coordenador do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública de SP

Bruno Shimizu, Defensor Público, Coordenador Auxiliar do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública de SP

Verônica dos Santos Sionti, Defensora Pública e membra do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública de SP

Thaísa Oliveira, Defensora Pública, Presidenta da Associação dos Defensores Públicos do Paraná (ADEPAR)

Renan Longuinho da Cunha Mattos, Advogado, Procurador Geral do município de Itajubá, Mestrando em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito do Sul de Minas

Monique Biolchini, Juíza federal

Sílvio Mota, Juiz do Trabalho

Thiago Barison de Oliveira, advogado, Diretor da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Christiane Pantoja, advogada, Conselheira e Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais da OAB/DF

Renan Quinalha, advogado da Comissão da Verdade de SP

Paulo César Malvezzi, assessor jurídico da Pastoral Carcerária Nacional – CNBB

Carolina Diniz, advogada e coordenadora do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo

Eduardo Baker, advogado da Justiça Global

Adriana Britto, Defensora Pública/RJ, Fórum Justiça, Mestre em direito UERJ

Patricia Magno, Defensora Pública/RJ, Fórum Justiça, Mestre em direito UERJ

Elaine Moraes Ruas Souza, Defensora Pública

Fernando Albuquerque de Oliveira, Defensor Público do Estado do Pará

Diego Rezende Polachini, Defensor Público do Departamento de Inquéritos Policiais – SP

Cintia Erica Mariano, Defensora Pública no Rio de Janeiro

Letícia da Costa Paes, Advogada e Professora

Antônio Donizete Ferreira, Advogado do Pinheirinho

Aristeu César Neto Pinto, advogado membro da Com. de Dir. Sindical da OAB/Federal

Américo Astuto Rocha Gomes, advogado membro da Fundação Sundermann

Aderson Bussinger Carvalho, advogado membro da Comissão de Direitos Humanos OAB/RJ

Sergio Augusto Pinto, membro da diretoria do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Bruno Colares Soares Figueiredo Alves, membro da diretoria do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Pablo Biondi, membro da diretoria do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Fabiana Costa do Amaral, membro da diretoria do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Isabela Blanco, advogada da CSP-Conlutas RJ

José Denis Lantuer Marques,  membro da diretoria do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Ana Lucia Marchiori, Advogada e diretora do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Adonyara Azevedo, advogada do mandato da vereadora Amanda Gurgel e CSP-Conlutas RN

Tairo Batista Esperança, advogado da CSP-Conlutas SP

Julia Maria de Siqueira Eid, Advogada de presos e perseguidos da Convergência Socialista

Alberto Albiero Junior, advogado da CSP- Conlutas e do Bloco de Lulas do Rio Grande dos Sul

Denis Ometo, advogado do Sindicato dos Metalurgicos de São José dos Campos/SP

Claudio Renno, advogado do Sindicato dos Metalurgicos de São José dos Campos/SP

Irene Maestro Guimarães, advogada e membro da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados de São Paulo

Alexandre Pacheco Martins, Advogado Criminalista

Rodolfo Valente, advogado e coordenador do Instituto Práxis de Direitos Humanos

Marcela Cristina Fogaça Vieira, advogada

André Kehdi, advogado criminalista

Rafael Custodio, Advogado do Programa de Justiça da Conectas Direitos Humanos

Amanda Hildebrand Oi, Pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP

Daniel Adolpho Daltin Assis, Advogado popular em DDHH, com especial participação nos movimentos da luta antimanicomial e da infância e adolescência

Mariana Fidelis, advogada

Pablo Castellon, advogado

Giane Alvares, advogada

Eliana Lúcia Ferreira, advogada

Maria Livia Goes, Advogada

Luisa D´avola, Advogada

Juliana Hereda, Advogada

Adriano Galvão, Advogado Criminalista

Gabriel de Freitas Queiroz, Advogado Criminalista

Leopoldo Stefano Louveira, Advogado Criminalista

Armando de Oliveira Costa Neto, Advogado Criminalista

Juliana Machado Brito, Advogada

Caio Yamaguchi Ferreira, Advogado

Rafael Moura da Cunha, Advogado

Bruno Salles Pereira Ribeiro, advogado criminalista

Renato Vieira, Advogado Criminalista

Marcelo Leão, Advogado

Rafael Augusto Ferreira Zanatta, advogado e mestre em Direito pela Universidade de São Paulo.

Pedro Baumgratz de Paula, advogado e mestrando em Direito pela Universidade de São Paulo

Pedro Davoglio, mestre em Direito pelo Mackenzie

Luiz Guilherme da Silva Gomes Ferreira, advogado

Daniel Luiz Passos Biral, advogado

Silvia Daskal Hirschbruch, advogada

André Zanardo, advogado

Guilherme Duarte, advogado

Tabatha Alves, advogada

Igor Favano Leone, advogado

Leo Lopes de Oliveira Neto, advogado

Daniella Bonilha, advogada

Rafael Moura da Cunha, advogado

Vladimir Sampaio, advogado

Fernando Barboza Dias, Advogado Criminalista

Fernanda Salgueiro Borges, Doutoranda em Direito Público e Econômico pela UPM-SP, Advogada e Consultora em Direito Público e Ambiental

Bruno Gonzaga Pena, advogado civilista – belo horizonte/MG

Felipe Gomes da Silva Vasconcellos, mestrando em direito do trabalho pela USP e advogado.

Ana Claudia Tavares, advogada do Centro de Assessoria Popular Mariana Criola

Rodrigo de Medeiros Silva, membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares- RENAP e da Comissão Nacional de Acesso à Justiça do Conselho Federal da OAB

Fernanda Peron Geraldini, advogada.

Joviano Mayer, Advogado do Coletivo Margarida Alves de Assessoria Jurídica Popular – MG

Fabiana Borin, Advogada

Rachel de Miranda Taveira, Advogada

Benedito Roberto Barbosa, Advogado do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos e União dos Movimentos de Moradia

Ednardo Motta, advogado

Felipe Vono, advogado

Ramon Koelle, advogado

Viviane Pereira de Ornellas Cantarelli, advogada

Marília Fabbro, advogada

Ricardo Tadeu Penitente Genelhu, Doutorando e mestre em direito penal pela UERJ

Thiago Melo, advogado, coordenador do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH)

João Tancredo, advogado, presidente do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH)

Nonnato Masson, advogado

Helio Mannato, advogado

José Ricardo Vasconcelos Ribeiro de Assis, advogado,  jornalista e Membro da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ.

Nayara Nancy Ferreira da Silva, Assistente Jurídica da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo

Marcos Fuchs, Diretor Adjunto da Conectas Direitos Humanos e membro do CNPCP – Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Leandro Teodoro Andrade, Advogado

João Vitor Rodrigues Loureiro, Mestrando em Direitos Humanos e Cidadania – UnB

Thiago Arcanjo Calheiros de Melo, pesquisador e membro do conselho editorial da Revista Crítica do Direito

Paulo Somlanyi Romeiro, advogado

Vinicius Nogueira Franco, advogado

Ariel Sanches Garcia, advogado

Guilherme Kamitsuji, advogado

Rodnei Doreto Rodrigues, Juiz do Trabalho aposentado

Gabriela Marques de Miranda Rocha, advogada

Rosa Costa Cantal, advogada

Rafael Locateli Tatemoto, advogado e jornalista.​

Veridiana Alimonti, advogada

Joana Cruz. Advogada

Roseli Cantarelli, Advogada

Karina da Silva Pereira, advogada e diretora do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo

Danilo Uler Corregliano, advogado e mestre em Direito pela USP

Giancarlo Paulo, advogado

Anderson Lopes, advogado criminalista

Breno Zanotelli, Secretário da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB-ES

Natalia Keiko, advogada

Laís Avelar, advogada

Delane Ferreira Lima, Advogado e ativista político

Eduardo Baldissera Carvalho Salles, ex-Presidente do Diretório Acadêmico José Olavo Vargas Dias da Unichapecó

José Roberto Coêlho de Almeida Akutsu, advogado criminalista

Thaís Magalhães, advogada

Victor Manfrinato de Brito, Advogado

Nilcio Costa, advogado, Presidente da comissão de Direitos Humanos da subseção da OAB em Boituva/SP e Membro da Direção Estadual do MST/SP

Gustavo Bay Gonçalves, bacharel pela Faculdade de Direito da USP e advogado

Melyssa de A. Vecchete, Advogada

Paula Martins, advogada da Artigo 19

Karina Quintanilha, advogada da Artigo 19

Camila Marques, advogada da Artigo 19

Evorah Cardoso, advogada e pesquisadora do Cebrap e Conectas Direitos Humanos

Cristiane Vilanova, advogada

Gabriel Porto Dutra, advogado, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB Santa Maria-RS e do Grupo de Apoio aos Povos Indígenas (GAPIN)

Monique Rodrigues Ferian, bacharel em Direito, professora de Direito e áreas correlatas.

Carla Veronica Rodrigues Leite, advogada.

Sérgio Passos Duarte, Advogado em MG

Gerd Nilton Baggenstoss Gomes, Advogado, Alagoas

Marco Antônio Maia, advogado

Andrei Bastos, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ

Thayla Fernandes da Conceição, advogada e membro da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB/ES

Angella Parreira Bittencourt, advogada

Adriana Gomes de Proença, servidora pública da Justiça Federal

Gabriel Rey de França João, servidor público da Justiça Federal

Gustavo Berner, Coordenador do Departamento Jurídico do SATEMRJ – Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio de Janeiro e da ASUDUERJ – Associação de Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Erica Zucatti da Silva, advogada do Diretório Central de Estudantes da Universidade Estadual de Campinas (DCE-Unicamp), assessora jurídica da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Estadual de Campinas (ITCP-Unicamp) e conselheira do Conselho Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Campinas.

Rafael Barros Vieira, doutorando em Direito na PUC-Rio.

Luciana Bedeschi,  advogada

Patricia Maria Di Lallo Leite do Amaral, Advogada.

Yuri Turbai, advogado

Veronica de Araujo Triani, Advogada trabalhista e sindical

Oliver Alexandre Reinis, Advogado e Pesquisador do IPDFAU

Maria Gabriela Peixoto, Advogada Criminal, Doutoranda em Direito Penal na UERJ

Paulo de Carvalho Yamamoto, advogado, mestrando em Direito pela USP, pesquisador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital.

Antonio Salustiano Filho, Advogado

Alexandre Mandl, advogado do movimento das fabricas ocupadas, especialista em direito constitucional pela Puc-campinas

Maria Inês Furtado Corrêa Gabriel, advogada e professora

Aline da Cruz de Moura, advogada

Wilson Toledo de Lima, Advogado

Rachel Garcia, advogada

Gabriel Raghi Santana, advogado

Luiz Marcelo Moreira, advogado,presidente da 121ª Subseção da OAB Cubatão

Stella Bruna Santo, advogada

Thiago Campos, advogado

Augusto Pessin, Advogado

Julia Sandroni, advogada

Neiara de Morais Bezerra, advogada, integrante da Renap e doutoranda em Democracia no Seculo XXI na Universidade de Coimbra.

Elcir Glicerio Guimarães Zen, Advogado e ativista

Luís Eduardo Rodrigues Sanches, advogado, graduado em Direito pela Faculdade de Direito da USP

Ana Giselle Parente Rebouças, advogada

Miguel Gualano de Godoy, Pesquisador do Núcleo de Pesquisa Constitucionalismo e Democracia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

MANIFESTO DE JURISTAS CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS SOCIAIS

Protestos “pacíficos” versus polícia violenta.

O que são protestos violentos? São protestos onde os manifestantes reagem à violência da polícia. O que são protestos pacíficos? São protestos onde os manifestantes apanham como cachorro ladrão sem a menor reação. Nos dois casos a polícia trabalha no sentido de ACABAR com a manifestação. De impedir a manifestação, aquela mesma garantida por essa nossa piada doméstica, que é a constituição.

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Um exemplo de “protesto pacífico”.

Link

A advogada militante pelos direitos humanos, Eloisa Samy, faz o seu depoimento e expõe os motivos pelo qual está sendo perseguida politicamente pelo Estado Brasileiro. Hoje (21),  no Rio de Janeiro, a advogada requereu asilo político ao Consulado Geral do Uruguai, e permanece dentro da casa, em território fora da competência judiciária brasileira. A Polícia Militar posicionou o batalhão do choque nas imediações da embaixada e aguardam a saída de Eloisa Samy para cumprir mandado de prisão expedido na última sexta-feira (18).

De acordo com a imprensa Mídia Ninja dois agentes da Polícia Militar do RJ estiveram há alguns minutos no Consulado Geral do Uruguai no Rio em diligência para prender a advogada. O Consul do Uruguai no Rio impediu a entrada dos agentes e determinou o fechamento imediato ao público da representação diplomática.

Histórico

Eloisa foi detida recentemente, em caráter temporário, conjuntamente com outros 19 ativistas. Ela foi libertada em razão de habeas corpus que beneficiou 13 participantes dos protestos. O responsável pelas solturas é o desembargador Siro Darlan, da 7ª Vara Criminal.

Posteriormente, após denúncia do Ministério Público contra os ativistas foi determinada a expedição de prisão preventiva 23 ativistas, inclusive para a advogada. Dos 23 ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada, cinco já estavam presos e os outros 18 estão foragidos.

Vídeo: Mídia Ninja/ MIC

 

 

http://advogadosativistas.com/perseguida-politica-a-advogada-eloisa-samy-denuncia-os-abusos-do-estado/

Cristina versus Clarín.

Argentina: o porquê da campanha contra Cristina Kirchner

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Uma militante histórica da luta pelos direitos humanos narra o envolvimento Grupo Clarín com ditaduras, e tentativa de manter a qualquer custo monopólio da mídia

pescado no Outras Palavras

Por Leonardo Severo e Vanessa Silva, no Brasil de Fato

Aos 77 anos, Stella Calloni luta o bom combate, energizando com alegria tudo ao redor. Nos recebe em sua casa para falar sobre a Lei de Meios Audiovisuais da Argentina, a Ley de Medios.

A sala em que nos recebeu, repleta de quadros e imagens de diversos países, é um cenário internacionalista e integracionista perfeito para nossa conversa. O tema é o 7D (sete de dezembro), que colocou o debate sobre a comunicação na ordem do dia e mobilizou toda a sociedade argentina. Neste dia, o maior conglomerado de comunicação do país vizinho, o Grupo Clarín, deveria ter apresentado seu plano de adequação para desfazer-se de seu monopólio e adequar-se à lei. Todos os demais grupos de mídia o fizeram até a data, mas por uma ação judicial do Clarín, acolhida por uma corte de Justiça, o 7D não se consumou e a batalha pela democratização da palavra continua.

Escritora e jornalista, Stella desvendou a Operação Condor e tantos crimes macabros cometidos pelo imperialismo e seus testas-de-ferro no Sul do Continente. Stella estudou a fundo a lei dos meios e afirma categoricamente que se trata da “mais democrática e participativa da América Latina”, e tem um “significado especial para a conquista da soberania efetiva e o avanço da própria integração”. Frente ao festival de mentiras, calúnias e omissões que proliferam na imprensa contra a presidenta Cristina Kirchner e a nova lei, Stela nos convida a uma reflexão sobre quem se beneficia do caos na comunicação: “A desinformação é uma arma de guerra do Pentágono”.

Da mesma forma que O Globo, no Brasil, o Grupo Clarín foi claramente beneficiado pela ditadura. Como isso se deu?

Stella Calloni: Em 1978 a ditadura persegue a família do banqueiro e dono da empresa Papel Prensa, Davir Graiver, (empresa que detinha o monopólio da fabricação de papel jornal) acusado de trabalhar com o grupo guerrilheiro Montoneros. O proprietário morreu num estranho acidente em 1976, no México, e nunca se pôde achar o corpo nem nada. A suspeita é que o assassinato tenha sido executado pela CIA e por grupos secretos que trabalhavam com a ditadura. Então, numa manobra entre a ditadura, o Diário Clarín, o La Nación e o diário La Razón, que já não existe mais, fizeram o “acordo” com Graiver. Tudo assinado e sua esposa Lidia Papaleo de Graiver, que regressou ao país com sua filhinha de dois anos, foi detida e torturada num centro clandestino. Nessas condições, teve que assinar a “venda” da Papel Prensa. A “compra” foi por um montante que era nada e ocorreu, evidentemente, mediante extorsão. Do total do patrimônio, 80% ficaram para os três jornais e uns 20% da empresa para o Estado. Foi assim que o Clarín e o La Nación começaram a formar seu monopólio, pois quem tem o poder do papel jornal na mão tem o poder da distribuição deste papel. Em 1980, o regime da ditadura militar (1976-1983) dita por decreto a lei de radiodifusão que, neste momento, já concebia a comunicação como uma mercadoria. A ditadura havia aberto então a porta para a conformação de grandes grupos monopólicos.

Terminada a ditadura, o presidente Raúl Alfonsín chegou a questionar esta anomalia?

Depois de 1983, após a Guerra das Malvinas, cai a ditadura e Raul Alfonsín chega à Presidência. Em 1984 ele começa a se dar conta que a lei de meios da ditadura precisaria mudar. Então é desatada uma grande campanha do Grupo Clarín contra Alfonsín e nada avança. É esta a lei que se encontra em vigência até agora.

Como inicia esse movimento pela democratização da comunicação?

Nos anos de 1990 começa um trabalho coletivo de universidades, diretórios estudantis, profissionais, movimentos sociais e sindicais, sobretudo de profissionais de imprensa, entre eles a União de Trabalhadores de Jornalismo de Buenos Aires. Iniciam o debate sobre o tema da concentração de poder nos meios de comunicação. Vale lembrar que, em 1989, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) privatiza tudo, além de um monte de meios de comunicação, escancarando as portas para a possibilidade de se comprar a quantidade de licenças que quisessem. Isso possibilita que, em 1995, quando começou a campanha para mudar a lei, Clarín já tivesse se tornado um grupo monopólico.

Qual o tamanho desse monopólio?

Beneficiado com esta lógica privatista, no ano 2000, Clarín já detinha 240 licenças, os canais 13, Toda Notícia, Volver, Rádio Mitre AM, 80 FM, Multicanal, Datamarket, por meio dos quais controlava quase todo o país, além de imprimir o principal diário, o Clarín, e a Olé, que é uma revista esportiva. Havia acumulado, portanto, bem mais do que todo o resto dos grupos.

No Brasil, o grupo Folha emprestava seus automóveis para a repressão. De que forma o Grupo Clarín agiu?

Este é um problema. O Clarín e os grandes meios colaboraram com a ditadura publicando como “enfrentamento” o assassinato de militantes pelos grupos policiais. É a velha história: a mídia fazia o jogo do poder econômico, dos latifundiários, dos banqueiros, das multinacionais, que manipulavam em todo o continente os meios de comunicação, ligados aos Estados Unidos, dependentes deles. Assim, quando os EUA viam que seus interesses estavam sendo contrariados, e que precisavam dar um golpe e invadir um país, utilizavam a mídia local. Foi assim na invasão à Guatemala, foi dessa forma que converteram o herói nicaraguense Augusto César Sandino em bandido. Por isso atacam tanto atualmente o presidente equatoriano Rafael Correa. O que está em jogo é a defesa dos interesses econômicos. Concebem a informação como mercadoria e a liberdade de expressão como liberdade de empresa. O que potencializou esse movimento foi o furacão neoliberal dos anos de 1990.

Você se refere à crise que vitimou bastante a economia Argentina?

A Argentina foi um dos países mais gravemente afetados pelo neoliberalismo. Acabaram os trens no nosso país. É uma coisa única no mundo, porque tínhamos cobertas nossas maiores extensões. Com isso morreram vários povoados no interior. Foi um retrocesso nos princípios iniciais da República, foram quebradas muitas empresas. O governo chegou a cortar publicidade para quebrar empresas de comunicação, a fim de que viessem os estrangeiros e seus testas-de-ferro, o que foi conformando um poder hegemônico. Foram apoderando-se, no caso da Europa, das agências de notícias, mancomunadas com interesses privados a tal ponto que perderam totalmente a espécie de independência que ainda tinham. Vocês como brasileiros, nós como argentinos, lembramos que quando tivemos as ditaduras recorríamos àquelas agências para fazer denúncias. Hoje elas são parte de um só discurso midiático.

Como avalia o papel dos novos governos populares nesta batalha pela liberdade de expressão?

Devido às mudanças que ocorreram na América Latina, vivemos o pós-neoliberalismo – ainda que este sistema não esteja completamente enterrado. O fato é que surgiram governos que expressam uma vontade popular totalmente distinta. Estes governos surgem das lutas populares nas ruas, nas estradas, e ressignificam a tragédia do neoliberalismo nos setores mais renegados e excluídos entre os excluídos. Afinal, os neoliberais concebem o desemprego como um disciplinador social, por isso, trataram de reduzir os sindicatos, debilitaram as defesas dos trabalhadores, desregulamentaram nossas economias. E a resposta veio da grande massa popular, dos piqueteiros na Argentina, por exemplo. O mesmo aconteceu na Bolívia, e na Venezuela com o Caracaço em 1989, que foi a primeira rebelião contra o sistema neoliberal produzida no continente. Os novos governos que surgem, como o de Hugo Chávez, vêm quando os países estavam afundados no abismo. Daí tantas rebeliões populares e a entrada em cena de Evo Morales na Bolívia, Nestor Kirchner na Argentina, Lula no Brasil, Manuel Zelaya em Honduras, a volta de Daniel Ortega na Nicarágua. São governos frutos destas rebeliões que mudam o mapa da América Latina, em contraposição à lógica das ditaduras que nos implantaram os Estados Unidos. Começa então um processo de integração e unidade. Isso dá um salto além do processo de integração econômica, como havia sido inicialmente concebido, para um processo de emancipação nacional, porque estamos em um processo de independência, ainda não temos nossa independência totalmente assegurada.

Como profissional que acompanha o debate sobre a democratização da comunicação há muitos anos, qual a sua avaliação sobre a Ley de Medios?

A Lei de Meios da Argentina é a mais democrática e participativa que se votou no país e, creio, em toda a América Latina. As diferentes organizações estão trabalhando nela, constantemente aperfeiçoando a proposta há 22 anos. Há uma grande aprendizagem, fruto de um acúmulo. A questão da mídia, pela sua capacidade de interferência na realidade, de pautar governos e influir no comportamento social, ganhou ainda maior relevância para a própria democracia.

Claro. Se antes existiam três meios potentes que destruíam um governo, neste período histórico temos milhares de repetidores destes meios potentes que têm um poder tão grande que agora são concebidos pelo Pentágono como arma de guerra. A desinformação hoje é uma arma de guerra. Massivamente pode-se destruir um mandatário, convertê-lo em ditador, sustentar uma mentira como as armas de destruição em massa no Iraque, uma mentira atroz como a usada contra a Líbia. Muammar Kadafi nunca bombardeou seu povo. Não deixaram nada em pé na Líbia. Então a mídia foi usada recentemente em quatro guerras coloniais: Afeganistão, Iraque, Líbia e, agora, a Síria, onde também estão produzindo devastação em larga escala. Temos também a questão grave dos bombardeios e do cerco a Gaza, na Palestina, países que foram divididos como o Sudão, e ameaçados, como o Líbano e o Irã.

Vejam como isso se reflete aqui na América Latina com a nova ofensiva dos grandes conglomerados de comunicação sobre os governos da região, tentando destruir a integração que conseguiu vencê-los. Nossa integração conseguiu parar golpes de Estado como o dado contra Evo, apoiou [Rafael] Correa e isolou os golpistas em 2010, desconheceu o governo ditatorial de Honduras e tomou uma decisão, como no caso do Paraguai, cumprindo com o regramento do Mercosul que defende a democracia verdadeira. Concebemos e reafirmamos a democracia como é: uma grande participação popular, e pela primeira vez os Estados Unidos caíram na sua própria armadilha. Não diziam que o que valia era o voto na urna? Pois pelo voto nossos povos afirmaram um caminho independente do governo de Washington. Como a vontade popular é favorável à independência, temos uma verdadeira guerra instalada no Continente, a guerra dos meios.

Voltando à Argentina, conte-nos mais sobre a guerra que está sendo travada pela mídia contra o governo de Cristina.

Na Argentina há uma desinformação enorme. Em 2008 quando o governo quis colocar um imposto para a venda da soja, pois havia uma entrada enorme de dinheiro, foi produzida uma tentativa de golpe de Estado. A paralisação das rodovias do Mercosul era um golpe estratégico. Conseguiu-se superar isso, mas a desinformação era tão grande que começou a confundir setores da sociedade, que são ainda cativos dos grandes meios, porque nenhum meio estatal tem o poder comunicacional deles, que abarcam todo o país. Com 240 licenças, o Grupo Clarín tem rádios de longo alcance em cada província, chegando até a Terra do Fogo, a mais distante. Conhecemos pela história de Goebbels e do nazismo, que tudo o que é repetido todos os dias vai formando uma verdade, uma opinião, que pode ser absolutamente equivocada. Como ocorreu com o povo alemão, as informações de Goebbels foram levando os alemães à sua própria destruição, pois não conseguiram ver que era falsa a mensagem.

A destruição da consciência, de países e povos, acontece via desinformação?

Aqui a desinformação é tamanha que ao ler o Clarín, da primeira à última página, são todas notícias negativas sobre a lei de meios. Chegou a um ponto que nunca havíamos chegado, de se oporem ao governo quando este defende a questão das Ilhas Malvinas, que são estratégicas não só para Argentina, como para toda a América Latina, porque senão teremos as maiores bases estrangeiras já instaladas, com alcance para o Brasil, para toda a região. Diante desta ameaça real, esses meios começam a desacreditar esta vontade, esta posição do governo, dizendo que é preciso respeitar os habitantes instalados no lugar, trazidos da Grã Bretanha. Querem justificar a falta de soberania, defender uma colônia a 14 mil quilômetros da Grã Bretanha, instalada em águas territoriais argentinas.

Esse é um comportamento que vem de longa data?

Veja, o La Nación é da família Mitre, oligárquica do passado, que sempre combateu os governos populares, tendo sido chaves na derrubada de Perón, em 1955. São sociedades cativas que se acostumaram a ter muito poder através desses meios. Mentem para este público dizendo que o jornal vai deixar de sair no dia seguinte à entrada em vigor da Ley de Medios. Mas no caso do jornal não há nenhum problema, pois a lei não tem alcance para os meios escritos. Isso é absolutamente falso. Eles podem ficar com até 24 canais e 10 rádios, mas não poderão ficar com as 240 concessões irregulares, porque isso é monopólio. A lei se rege também por regras da Comissão Interamericana de Direitos Humanos que afirma que não pode haver monopólios informativos porque eles restringem a liberdade de expressão dos países. Então nos perguntamos: por que esta lei não está sendo cumprida pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP)? Porque ela representa os donos dos meios.

No caso argentino, após amplo debate, aprovada pelo Executivo e pelo Legislativo, a lei foi obstaculizada pelo Judiciário. O que deve acontecer agora?

A lei entrou como projeto do governo, apresentada por todas estas organizações. Os deputados estudam a questão e a lei é aprovada por maioria pelo governo e pela oposição em outubro de 2009. De imediato, o Grupo Clarín começa a colocar medidas cautelares. Pressiona por uma medida cautelar para o artigo 161, que regula os monopólios midiáticos, que não deveriam mais existir e que todos os grupos deveriam se adequar. A lei não é nenhum ataque a um meio determinado. Tanto é assim que no dia 6 de dezembro, um dia antes do prazo, 19 grupos já haviam entregado seus planos de adequação para o governo. Havia um acerto que no dia 7 de dezembro a Autoridade Federal de Serviços Audiovisuais de Comunicação (AFSCA) devia apresentar um plano de adequação para os que não cumprissem o prazo. Então uma Câmara Civil e Comercial integrada por juízes que têm até relação familiar com o Clarín, um juiz que foi convidado pelo grupo para ir a Miami fazer um debate contra a nova lei, suspende seu efeito.

Uma decisão em causa própria?

É impossível que uma pessoa possa ser juiz e parte, mas aconteceu. Um monopólio restringe a liberdade de informação e o Estado deve tomar medidas contra a intenção monopolista. E foi obstaculizado por uma decisão judicial. Deparamos-nos com uma verdade que ninguém quer dizer em toda a América Latina, na Argentina, no Brasil: a Justiça está impregnada pelo passado. Ainda restaram muitos juízes da ditadura, do poder econômico que veio depois, juízes que colaboram ativamente com as oposições locais.

Uma guerra pela democratização da comunicação. Dessa forma, como avalia o papel desempenhado pela SIP?

A luta pela democratização da mídia é a mãe de todas as batalhas. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que é a sociedade de todos os donos da mídia do continente, que tem grande influência dos Estados Unidos, está contra a Ley de Medios porque ela favorece a pluralidade de vozes, estabelece um limite para o número de licenças que cada grupo de empresários pode ter. A nova lei argentina determina que o Clarín não pode manipular tantos sinais, criou a Autoridade Federal de Serviços Audiovisuais (AFSCA), determinou um máximo de 24 licenças de televisão por cabo e 10 de rádio AM ou televisão aberta para cada grupo, reconheceu o direito à comunicação com identidade dos povos originários, entre outros avanços. Na manhã do dia 8 de dezembro, começou a funcionar a primeira televisão mapuche e há mais de 20 rádios que passaram a ser feitas pelos próprios povos originários. Estou contentíssima com isso.

Sem romper com o monopólio do Clarín não é possível que a lei entre em vigor?

A lei indica que tudo devia começar com os aspirantes aos canais apresentando-se como cooperativas. E assim foi feito. Mas se não se rompe o monopólio, não tem como distribuir. Este é o problema. Já se permitiu a abertura de novas rádios em alguns lugares, apoiou-se pela primeira vez o desenvolvimento de pequenas e médias empresas que poderão ficar responsáveis por um canal de cabo, Cinquenta universidades já podem ter a sua própria televisão, foram liberadas mais de 365 licenças de AM e FM e devem sair outras 800 solicitações de distintos setores populares para rádio. Isso já está sendo cumprido, com licenças para organizações sem fins de lucro, canais educativos, de saúde, 1.150 frequências para rádios municipais, se abriram mais de 130 rádios em escolas e mais de 20 para povos originários. Mais de 50 cooperativas de serviços públicos em todo o país já têm sua licença e outras 100 as solicitaram. Isso dá uma ideia do que vai acontecer no dia seguinte ao que o monopólio acabar.

Como a nova legislação aborda a questão da publicidade?

A lei exige que a publicidade incentive a produção local. Assim se produziram mais de duas mil horas de conteúdo televisivo desde que chegaram os planos de fomento do Estado nacional e mais de 3.500 projetos foram apresentados em todo o país. Com recursos, 26 das novas séries de televisão foram realizadas nas províncias com atores e técnicos locais. A indústria audiovisual gera mais de 100 mil postos de trabalho por ano em todo o país, número que pode ser bastante ampliado com a diversificação estimulada pela lei. As pequenas e médias empresas (Pymes) já contam com mais de 2.800 horas diárias de programação e geram mais de seis mil postos de trabalho. Esta informação obviamente não é divulgada pela mídia, mas as pessoas necessitam ter a dimensão do seu significado.

A grande mídia esconde os benefícios da nova lei, mas seus defensores conseguem dialogar sobre a sua relevância para o avanço da democracia?

Dizem que ela é necessária, falam da democratização, mas não são divulgados fatos concretos, não se demonstra a importância de fato. O artigo 161 é importantíssimo porque, como já disse, sem mexer no monopólio não tem como distribuir. Então a decisão da Corte em favor do Clarín está interferindo no processo. Os demais grupos de mídia estão dispostos a cumprir a lei, mas a SIP vem à Argentina apoiar o grande monopólio, num dos maiores atos de intromissão nos assuntos internos de um país. Aqui, no dia 22 de maio, a Corte Suprema fixou que no 7 de dezembro venceria a medida cautelar. Agora, com o apoio de alguns juízes, conseguiram novamente protelar. O Clarín está burlando a legislação com acompanhamento externo e o Estado está lutando contra a velha justiça que responde ao poder econômico.

Em sua opinião, o que temos pela frente?

Em primeiro lugar, precisamos tornar mais didáticas as denúncias contra o grupo monopolista. Se o Clarín continua sem cumprir a lei, o Estado está obrigado a chamar concursos públicos. As licenças que excedam o mínimo estipulado pela lei devem ser entregues a novos titulares. A obrigação do Estado é chamar o concurso. Se não adequar-se ao processo, em sua luta equivocada, o Clarín terminará favorecendo os setores populares. Inclusive agora está em curso um processo judicial pelo caso da fábrica de papel jornal, onde os antigos donos estão denunciando como lhes tiraram seu patrimônio, de forma ilegal e indevida. A atuação é juridicamente reprovável porque se fez com pessoas detidas. Além disso, houve o descumprimento do que dispunha a lei quanto ao percentual de ações que deveria ter ficado com o Estado e que acabou sendo apropriado pelos grupos privados. O monopólio também amplia o poder e os lucros do Clarín, que obriga as demais publicações a pagarem um fundo para que possam ser distribuídas nas bancas. O Estado tem dito e repetido que não vai expropriar de nenhuma maneira, nem vai estatizar. Trata-se de garantir a pluralidade de vozes, algo que nunca houve. Ao contrário, uma quantidade de meios foram fechados durante a ditadura, inclusive com bombas, como o Diário Sur e o diário La Calle, do Partido Comunista. Há mais de cem jornalistas argentinos desaparecidos e 50 assassinados. Mas sobre isso a SIP não fala, como nada tem dito sobre o que está ocorrendo em Honduras onde em duas manifestações realizadas pela oposição foram espancadas equipes inteiras de televisão.

E como é possível romper com este cerco midiático?

Precisamos fazer cumprir o que diz a Corte Interamericana: os monopólios de comunicação cerceiam a liberdade de expressão. Quando os governos querem atuar para democratizar a palavra, se fazem de desentendidos. A informação é uma arma real para o poder hegemônico, uma arma para destituir governos. Uma arma tão real que muitas das notícias são fabricadas no próprio Pentágono, como as do Oriente Médio, e repetidas em todo o mundo. Imagine o poder que significa que, em todo o mundo, na mesma hora, a repetição da mesma coisa. Isso amplifica de uma forma perversa, eu diria terrorista, a desinformação. Não se respeita o direito dos povos a uma informação verdadeira, que ajude a população a ter mais educação e cultura. A isso se agrega os entretenimentos que são o maior modelo de desculturação que tiveram nossos países nos últimos anos. E isso é mais grave porque chega onde não há um jornal. Está em frente à televisão, está absorvendo anti-valores.

 

E o PT inventou o racismo…

Insisto que o preconceito e o conservadorismo é alimentado pela falta de informação (= ignorância) e estupidez (= imbecilidade, ou burrice mesmo).

A criatura não conhece certas coisas que vão pela sociedade pelo simples fato de não estar na grande mídia (ignorância), e  do  pouco que sabe, não é capaz de ligar os pontos (a burrice).

Aprender na escola que houve escravidão oficializada pelo Estado e abençoada pela igreja, não é o suficiente para que um grande número de “formadores de opinião” entendam o porque das Cotas para Negros (entender não quer dizer concordar, ok?).

Aí vem os “esclarecidos” de plantão, fazer brilhantes questionamentos como os que tive o desplante (também sangue frio) de copiar/colar abaixo.

 

Respostas e Perguntas do Yahoo

Pq os japoneses não têm cota ?
Os japoneses que chegaram ao Brasil eram pobres. Não sabiam falar português, o japonês era uma língua totalemtne diferente do português. Sofriam preconceito tb por parte dos brancos. Não tinham lugar pra ficar. Aki no Brasil era tudo diferente do japão: clima, costumes, estilo de vida e cultura.

Assim como os negros, eles tb estavam em desvantagens. Pq eles não têm cotas tb?

Detalhes Adicionais
Não,, não sou japa. rs Mas da msm forma que os negros estavam em desvantagens no Brasil, os japas tb estavam.
Se fossem tds homossexuais, aí teriam cotas rs.
Tem negro q é rico e pode pagar uma escola particular fodástika, estuda na melhor escola da cidade, frequenta os melhores lugares do país, come as comidas mais caras, usa os melhores carros e assim por diante.

E tem branco que é pobre, não tem tempo de brincar e tem q ficar trabalhando se num quiser morrer de fome, toma água suja, fica com fome etc.

Ali Kamel explica tudo direitinho

Cadeia aos Cafetões da GLOBO!

Melhor resposta – Escolhida pelo autor da pergunta

Boa Tyler ! Mete porrada na massa bovina, pois ela gostia!

Tua pergunta de seis palavrinhas foi suficiente para destruir as teses furadas do PT e da comuniustalha em geral.

Também é muito divertido ver o esforço que os tontos fazem para procurar alguma lógica, alguma coerência, algum gtrau de humanidade nos atos dos facínoras do PT.

Exemplo é da idiota que afirmou (mentirosamente) que as quotas para negros decorrem de eles serem pobres. Além de burra é mentirosa desinformadora. As quotas para negros decorrem de eles serem negros, apenas isso. É um privilégio atribuido a quem se declara negro, só isso.

Traduzindo para os imbecis de plantão, se os filhos do Pelé (os que ele assumiu, lógico) se declararem negros é suficiente para terem privilégio. Da mesma forma os filhos do jogaror (ex) Adriano. É negro, é quotista. E se o Michele Obama, mulher do presidente americano, tiver naturalização brasileira, seus filhos poderão entrar na quota.

O PT queria por que queria ter racismo no Brasil. Como não encontrou, produziu uma legislação racista. Agora dá para provar que há racismo no Brasil!
Fonte(s):
ue
3 Avaliação: Resposta boa4 Avaliação: resposta ruimDesculpe, você precisa ser Nível 2 para classificar

Avaliação do autor da pergunta: Comentário do autor da pergunta:
A resposta do Lino, Maíra K e Severiano foram ótimas tb. Mas decidi escolher a sua pois vc disse muitíssimo bem que o PT quer implantar um racismo no Brasil. Eu sou não-preto e me sinto discriminado aki nesse país, mas isso não pode acontecer, pois só o negro pode se sentir discriminado. rs

este responde com muita propriedade… na opinião dele…

Curioso você mencionar isso, não sou japonês mas estava considerando isso outro dia, os japoneses construiram muito para melhorar o pais, contribuição valorosa. Quando houve a celebração do centenário da imigração, quem organizou tudo foi a comunidade japonesa ( muitos brasileiros, mas você entende , nada de governo ) , muita organização e os recursos não foram do governo, o governo brasileiro não fez nada .
Isso , em minha opinião, mostra muito bem o quanto problemático é o comportamento dessa cambada preconceituosa , racista que se mostra como vitima e com isso justifica agressões. Não são do pais, são habitantes.
Eu acho que é possivel uma explicação psicológica, bem no fundo d’álma essa gente de cumplicidade com quadrilha não aceita realmente o que é, reprova e não pode aceitar gente decente por isso tanta agressão Essa turma poderia tentar se modificar, acho que isso representa esforço, talvez por isso mesmo eles continuem sendo o que são : cúmplices subordinados aos lideres de igual estilo.
.obs.: os japoneses foram mantidos em campos no Brasil,bens foram retirados, imóveis foram tomados. não foram indenizados por pt, o mesmo pt que indeniza bandido condenado, importado e transformado em brasileiro
obs.: você citou negros, mas a participação de negros na população, realmente negros, é muito pequena e o que o governo faz é juntar negro com pardos para ter um número maior de massa de manobra, não é a um raciocínio de justiça cidadã o que orienta pt
A população do pt é racista, japonês no Brasil trouxe uma mudança de padrão no comportamento, uma referência , o habitante pt sente-se agredido por isso tudo .
Não sei como as coisas estão no momento, mas você sabia que o governo japonês chegou a proibir a presença do BB no japão ? Por bons motivos .
Há mais uma coisa que estranho muito, com os problemas conhecidos pelos quais o Japão passa, o pib decresceu e muitos brasileiros retornaram. Antes, o dinheiro que vinha para o Brasil era considerado nas contas do governo .Isso mudou muito e muitos brasileiros retornaram, sem emprego, como é possivel que tantos retornando isso não apareça nas contas do governo ?
O pt tem várias facções , não é modo de falar, O PT quer racismo no Brasil , basta ver as afirmações racistas de ministros, do próprio Lula ( ele deu risada do branco de olhos azuis desempregado nos Estado Unidos , a ministra (?) dele disse que o racismo do pardo era aceitavel )
PT não tem cidadão, ele tem critério mercadológico para classificar habitante e procura massas)
Alguém aceitaria levar o filho a um pediatra sabendo que esse profissional é resultado de cota? A cota está agredindo o cotista , sempre corre o risco de ser visto como alguém que passou por critério que não é o mérito, a competência, o esforço, uma espécie de cidadão de terceira ou quarta categoria .Talvez a pessoa nem mereça essa maneira de ser vista, não importa, essa é a etiqueta que colaram nele .
Por que Milton Santos sempre é uma referência ? Por muita competência (por isso temos MUITOS  Milton Santos por aí!)

Não é novela de época???